sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

#Tive boca e cheguei a Roma

Espero que esta história de ficar perdendo o sono não seja rotina na viagem. Com o cochilo de uma hora que eu fiz ontem, acabei ficando sem sono e assisti a um filme que achei no notebook: “Unstoppable”. A história clichê de um trem sem controle que está indo em direção a uma cidade e que vai causar um dano enorme. No big deal.

Acordar de manhã foi uma luta muito maior do que ter que arrumar a mala logo depois. Hoje o dia ia ser bem tranquilo. Já tínhamos visitado os principais pontos turísticos de Roma e hoje passaríamos perto de alguns monumentos menores. Apesar de ser um lindo museu a céu aberto, Roma é uma cidade muito agitada e cansativa (principalmente quando se fica andando quilômetros e quilômetros a pé – não é exagero, vou fazer o levantamento do quanto andamos).

Subimos a via Giovanni Giolliti em direção a Piazza Della Republica. Apesar da boa educação italiana nas ruas e avenidas, descobrimos que não é bom testar essa teoria em uma rotatória.




Seguimos em direção a via XX Setembre e pegamos a via Del Quirinale. Com o sol iluminando a Piazza dês Quirinale, reconhecemos que era a mesma praça que nós passamos na quarta-feira a noite e que vimos o Primeiro Ministro Italiano de carro (e que, por estarmos cansados e andando devagar, fomos advertidos a sair do local... provavelmente estávamos parecendo suspeitos).




Chegamos a Fontana di Trevi. A beleza noturna que tínhamos visto refletida nas águas da fonte, não foi diferente no turno da manhã. Observar cada detalhe, cada escultura, cada turista fascinado com a beleza do monumento foi indescritível.




O dia em que situações inesperadas pararem de acontecer com a gente, podemos ter certeza que tem alguma coisa acontecendo na viagem. Não sei pra vocês, mas é muito engraçado pra gente acontecer algo fora do comum no nosso dia a dia. Hoje na Fontana di Trevi, percebemos uma movimentação muito repentina e várias pessoas se locomovendo em grupo. Avistei de longe várias câmeras e repórteres e logo meu faro jornalístico começou a gritar. Peguei a câmera da mão do Guilherme e corri para ver o que estava ocorrendo. Depois de ter sido advertido por uma pessoa desconhecida para ficar mais calmo (pelo menos foi isso que eu entendi) liguei a câmera e comecei a gravar a movimentação.

Fizemos alguns levantamentos e descobrimos que a pessoa que estava causando tanto alvoroço era um dos candidatos a presidência da Itália. Não tive tempo de fazer uma pesquisa e passar informações mais concretas para vocês, muito menos de verificar se a fonte da informação era duvidosa ou não. Qualquer coisa eu faço um post separado depois.



Advertência: muita atenção quando estiver andando a pé nas ruas próximas da Fontana di Trevi. As chances de você se perder são muito grandes (mesmo com um mapa em mãos). Experiência própria de quem já se perdeu duas vezes.

Nosso destino agora era a Piazza Del Popolo. Depois de darmos muitas voltas em ruas pequenas de Roma, conseguimos chegar à praça que tinha também duas enormes. Nosso tempo de estadia na praça foi divertidíssimo. Tinha uns jovens fazendo umas pegadinhas dessas do Silvio Santos, e as pessoas sempre caíam. Tinha uma banda tocando algumas músicas animadas na praça, e as pessoas que passavam por ali estavam sempre sorrindo e rodando perto de alguns pombos. Eles até tocaram “Garota de Ipanema”. Começamos a fazer uns passinhos alternativos ao ritmo do som que tocava. Eu até gritei na praça a procura de uma brasileira para dançar forró, só que não achei ninguém.





Já estávamos bem longe do albergue e hoje o dia não ia poder durar muito. Precisávamos pegar o trem para um dos aeroportos de Roma (Fiuncino) por volta das 17h. Começamos a subir um morro (gigante), até descobrirmos que mais uma vez estávamos dando volta. No ápice do cansaço e da fome, lembramos que ainda tínhamos um ticket de trem, e dessa vez não íamos fazer questão de poupá-lo. Neste exato momento, recebo uma mensagem da minha tia Ana Paula dizendo:

“Abner, todos os ônibus e metrôs na Itália estão em greve”

Pergunta se a gente desesperou? Nem estávamos preocupados em atravessar Roma inteira até chegar no nosso albergue e descobrirmos um jeito de chegar ao aeroporto. #NOT #DesesperoBateu

Começamos a andar numa via principal, até que avistamos de longe um ônibus. Sabe aqueles poucos ônibus que circulam em dias de greve, e que em sua maioria estão lotados? Era esse. Quando a porta do ônibus abriu, eu realmente achei que não fosse me caber ali dentro. Mas não tinha outra opção: ou era esse ônibus, ou algum outro que passaria daqui 40 minutos, provavelmente bem cheio também. Dei o primeiro passo, comecei a entrar no ônibus, e eis que a porta começa a fechar! Consegui ficar do lado de dentro.

Dentro do ônibus, no meio do vuco-vuco que é para se conseguir algumas moléculas de oxigênio para respirar, ouvimos algumas palavras em português soltas ao vento. Tinham brasileiros dentro do ônibus. Eles falaram pra gente (na medida do possível) sobre a greve, e que éramos para tentar pegar o trem mais cedo possível para evitar qualquer tipo de problema.

Esse ônibus nos deixou próximo a Praça da República (que foi o primeiro ponto que visitamos hoje), e antes de decidirmos qualquer coisa, almoçamos no MC Donald’s (sim, ele está de volta...).

Chegamos no albergue, entramos no quarto, pegamos as malas, e descobrimos que o check-out deveria ter sido feito às 10h da manhã. Tudo bem que normalmente é assim em todos os lugares do mundo, mas... por algum motivo, nós não o fizemos. O cara não cobrou nada a mais não, e conseguimos ir para a estação pegar o trem às 16:30.


Em 30 minutos chegamos no aeroporto de Roma, e demoramos mais um tempinho até chegar no terminal do nosso avião (que aeroporto G I G A N T E). Ficamos mofando até o horário do nosso chek-in (18:55) para o vôo que era às 20:55. Viajamos de EasyJet.


Pra variar, na hora do embarque, alguma coisa tinha que apitar ou comigo, ou com o Guilherme. Ele foi na frente e não deu outra. A máquina apitou, e ele teve que se despojar do boné, do cinto, do tênis e da meia. Eu passei tranquilo, sem nenhum apito. O avião estava lotado. Não era lá um TAM da vida, mas conseguimos viajar rápido, e chegamos em Milão às 22h. O voo teve muita turbulência, e eu senti as mesmas dores que eu senti quando estava voltando de Porto Seguro em julho. A parte óssea da região do meu olho esquerdo começou a doer muito, parecia que ia explodir de dentro pra fora. Dessa vez não tinha mamãe pra gente segurar o braço e se sentir mais protegido (saudades dela). Foram uns 10 minutos de muita dor.

O Moreno nos buscou no aeroporto, passamos num monumento próximo à cidade dele (Gravellona Toce), e chegamos em casa. Tinha cachorro-quente pra gente.

Agora o esquema é DORMIR, pra acordar amanhã bem cedo para ir pra Suíça.

Cabeça hoje começou a viajar um pouco na saudade e nas pessoas... mas ainda não é hora! Só tem uma semana que estamos viajando (por mais que pareça um mês), e ainda tem muito chão pela frente!

Deus abençoe vocês ! Obrigado por tantos acessos no blog (foram mais de 500 em 7 dias UHUUL)

Um comentário:

  1. Coitado desse Guilherme BIP BIP, BIP. heuahea
    Finalmente você sem boina. Tá lindo!
    Beijos e continua escrevendo... Lorena Scafutto

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