sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

#Malas: tê-las ou não tê-las, eis a questão

Um número grande demais de cristãos vive na casa do temor e não na casa do amor.
Brennam Manning

Achei por um breve momento que, finalmente conseguiria parar um pouco e descansar. Sair dessa vida de nômade indo de um lugar para o outro com as tais sete malas, e poder curtir um pouco aquilo que chamamos de sedentarismo. Engano meu. Mal sabia eu que o dia de ontem (quinta-feira) seria um dos mais puxados (mesmo com a presença do meu tio ajudando a carregar as malas).

Nota: eu tenho DOIS tios. Um que mora aqui em Londres (Luiz Carlos) e um que veio do Brasil para esse finalzinho de ano (Eduardo). Possivelmente eu posso ter confundido sua cabeça com tantos tios em diferentes contextos. O que está nos ajudando é o Eduardo. Meu outro tio trabalha normalmente aqui na Inglaterra.

A casa onde dormimos fica em um bairro na zona 3 de Londres. Saímos dela para pegarmos um ônibus em direção a estação ferroviária mais próxima. Sabe aqueles famosos ônibus de duas portas e com dois andares que a gente sempre vê quando se fala em Londres? Pois é, esse não tinha dois andares e muito menos duas portas. Foi uma dificuldade pra conseguir entrar com as malas e arranjar um lugar sem atrapalhar a passagem das pessoas... Sem contar que os ônibus tem um espaço especial para bebês que estão sendo puxados por carrinhos. Ou seja, o único espaço que tínhamos pra colocar as malas teve que ser desocupado pra essas crianças.

Descemos na estação e colocamos mais crédito no nosso Oyster Card (cartão utilizado para andar de ônibus e metrô em Londres). Descemos e pegamos o metrô da linha Victoria Line. Saímos em uma das estações centrais de Londres, pegamos outro metrô, andamos mais um pouco, paramos, saímos da estação e fomos para a rua pegar um ônibus.

Meu tio estava o tempo todo tentando comunicar com o rapaz que ia alugar o quarto pra gente e ele não respondia. Estávamos com sete malas na rua sem uma casa para guardarmos elas. Meu tio contactou um amigo da época em que ele morou aqui em Londres, e conseguiu combinar com ele para guardarmos as malas na casa dele enquanto estávamos sem rumo.

Pegamos mais dois ônibus, lotados, chegamos na casa do amigo do meu tio e ele não estava lá. Meu tio precisou pegar o metrô para buscar a chave com ele e voltar. Enquanto isso, tivemos muito tempo para perceber como as pessoas em Londres são tão diferentes dos italianos. Na Itália, as pessoas se preocupavam com o estilo e víamos o tempo todo pessoas elegantes andando de um lado para o outro. Aqui na Inglaterra (pelo menos até agora), cada um faz o seu estilo e anda do jeito que bem quiser. A maioria não consegue acertar, mas é bem engraçado analisar isso.



Meu tio chegou com a chave, guardamos as malas, saímos, pegamos o metrô, encontramos com o amigo dele, devolvemos a chave, e finalmente íamos fazer alguma coisa sem malas.

Na mesma estação central, pegamos o ônibus em direção ao Hyde Park. Ficamos uns 30 minutos andando até que meu tio conseguiu falar com o cara do aluguel. Como não ia demorar pro dia escurecer nós descemos do ônibus atravessamos para o outro lado para pegar o mesmo ônibus de volta para a casa do amigo do meu tio.

Chegamos lá, pegamos as malas, pegamos dois metrôs e pegamos um ônibus e chegamos na rodovia principal perto da nossa casa. Tivemos que andar mais uns 300 metros para chegar na casa. Sabe o cansaço? Já estava gritante. Pelo menos o nosso quarto foi melhor do que a gente estava esperando. Bem espaçoso e com direito a uma geladeira inteira pra gente.

Deixamos as malas para sairmos para comprar edredom e para comer. Passamos na Argos e no supermercado Tesco. Depois meu tio foi embora e nós comemos numa pizzaria ali perto mesmo. Nós pedimos duas pizzas BIG SIZE para nós dois. Óbvio que sobrou, mas aí a gente levou pra casa depois. Fomos ao supermercado pra fazer as compras e o Guilherme quase é atropelado. É muito automático pra gente olhar pro lado esquerdo quando vai atravessar na rua, porém, a Inglaterra não funciona desse jeito. A mão do trânsito é invertida e se você não olhar pra direita quando entrar na rua, corre um grande risco de perder um pé... um braço... uma cabeça... sabe-se lá o que mais.

Compramos algumas coisas principais para o dia de hoje e só depois que vimos a quantidade de coisas que a gente tinha comprado. Tivemos que pegar um ônibus para adiantar o caminho cheio de sacolas e pizza, até chegarmos na nossa rua. Mesmo com os dedos roxos, sem circulação, e com as coca-colas caindo pela rua, conseguimos chegar no quarto.

Arrumamos nossas malas nos guarda-roupas, fizemos a cama e descobrimos o acesso a internet.

Mais pro fim do dia já conhecemos alguns dos moradores da casa e trocamos ideia com a Beatriz, uma espanhola que mora aqui. Tem também um pessoal de Portugal e de Camarões.

Bom, no mais é isso. Acho que agora consigo voltar a escrever constantemente...

Hoje a noite narro como foi o dia e se fomos ou não num evento de natal da Hillsong Church. Abraços.

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