quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

#Momentos de tensão

Meu tio não estava no albergue no horário combinado. Esperamos ele por mais meia hora e ele não chegou. Não podíamos correr o risco de perder as passagens do Eurostar por causa dele, então começamos a nos dirigir para a estação de trem mais próxima para irmos para a estação de trem da qual partiríamos para Londres. Esperamos mais uns dez minutos na porta da estação e nada dele aparecer. Depois de diversas tentativas de mandar mensagem e ligar para ele, recebo uma ligação de um número desconhecido (era ele). Ele me fala que está em frente ao MC Donald's. Fui ao encontro dele e, na verdade, ele não estava lá... estava em outra filial. Voltei correndo. O tempo já estava no limite. Acabou que de última hora, todos nós estávamos entrando no metrô. Depois de uns celulares quebrados e muita correria, pegamos o trem para a estação.

Chegamos lá e já nos direcionamos para o check-in do Eurostar. Preenchemos uma ficha e ainda conseguimos alguns minutos para comprar um MC Donalds para a viagem. Não tínhamos comido nada durante o dia, e comer estava sendo uma necessidade gritante.

No meio dessa correria toda, uma coisa não saía da minha cabeça: IMIGRAÇÃO.

A imigração para a entrada em UK, no meu caso especificamente para a Inglaterra, sempre foi muito rígida, principalmente com os brasileiros. Essa questão deles estarem barrando as pessoas que viajam ilegalmente para trabalhar, ficar além do tempo do visto e etc... Eu já tinha lido muitos depoimentos na internet de pessoas que foram barradas e que conseguiram passar tranquilo, mas o frio na barriga era inevitável.

Passamos pela imigração da França. A próxima era a inglesa. Tinham três oficiais de imigração recepcionando as pessoas. Eu vi uma mulher (em tese, simpática) e me dirigi a fila dela. Porém, a fila do lado tinha acabado de ficar vazia. Podia ser muito suspeito eu não querer ir na outra fila e permanecer na que eu estava. Sem contar que o rapaz viu que eu estava junto do Guilherme e já chamou nós dois ao mesmo tempo.

Quando ele viu os passaportes brasileiros, a cara dele já mudou. A primeira pergunta que ele fez foi sobre o que pretendíamos fazer no UK. O fato dele falar para dentro com um inglês não muito bem audível foi uma complicação para a gente entender o que ele queria saber. De qualquer maneira, conseguimos responder tranquilo.

Tenho plena consciência da necessidade do controle da imigração sobre as pessoas que entram no país, mas por tudo o que eu tinha lido e sabia, eu realmente achei que fosse ser mais tranquilo. Depois da primeira pergunta, o cara começou a querer saber minha vida inteira. Ele impombou mais comigo do que com o Guilherme (pela primeira vez na viagem). Quem ia me sustentar, com o que meus pais trabalhavam, com quem eu ia morar, com o que ele trabalhava, porque eu e o Guilherme estávamos em escolas diferentes, porque viajamos nessa época do ano, quando voltaríamos, se levamos dinheiro, quanto (pediram pra ver) e etc. O pior disso tudo foi que ele sempre pegava no carimbo para bater no nosso passaporte, e toda hora soltava e continuava fazendo perguntas. O tom de ironia na voz dele era perceptível e ele não tava afim de deixar a gente entrar. Mas... Deus é bom!

Falando assim pode não parecer que foi tão tenso como foi pra mim, mas de qualquer maneira, valeu a experiência e consegui entrar no UK com visto para 6 meses. Agora vamos ver como vai ficar minha vida...


Chegamos em Londres depois de duas horas de viagem, compramos o cartão que é necessário para os ônibus e metrôs e logo embarcamos para a casa do meu tio. Foi engraçado (em parte) porque o dono da casa que meu tio está morando não sabia que iríamos para lá. Completos intrusos. Rsrsrsrs. Comemos uma comida a la brasileira bem gostosa e logo dormimos.

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