"Senhor, obrigado
por me libertares.
Estou agora livre para fazer bolhas de sabão,
soltar pipa,
escutar as conchas do mar,
acariciar gatinhos, construir castelos de areia,
fazer pedidos às estrelas.
Obrigado
por me libertares.
Estou agora livre para sair em busca de trevos de quatro folhas,
explorar carvalhos com atrativos ramos,
correr na chuva às gargalhadas,
andar descalço,
pular em poças d'água,
acenar para os trens que passam.
Obrigado por me libertares.
Estou agora livre para matizar meu nariz de amarelo nos ranúnculos,
capturar vaga-lumes e observar seu brilho,
colher o primeiro morango silvestre,
contar as estrelas,
conversar com as joaninhas,
procurar um cardo no meio da mata.
Obrigado por me libertares.
Estou agora livre para te enxergar nos
raios de sol que bailam sobre a água,
no arbusto que lança ao céu um sorriso,
nos salgueiros que fazem reverência aos rios,
nas azaleias que flamejam por toda a terra, nas teias de aranha multicores como o arco-íris,
nas folhas que se arrastam pelo chão.
Obrigado por me libertares.
Estou agora livre para brincar com tudo o que me deste,
para me maravilhar com essas dádivas
e amar todos esses presentes.
Estou livre, também,
para te retribuir
tudo o que me deste"
Sue Garmon - Nova Orleans
MANNING, Brenan - Convite à solitude
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